Descrição
Vivemos com base em uma ideia falsa e perigosa: porque o mundo tornou-se mais fluido e a economia, globalizada, as fronteiras estariam condenadas a desaparecer. Mas, há quinze anos, mais de 26 mil quilômetros de fronteiras políticas foram traçados apenas na Europa e na Ásia Central, e praticamente a mesma quantidade é objeto de acordos internacionais. E mais grave ainda: os conflitos mais duradouros e renhidos dizem respeito à delimitação dos territórios: entre Israel e seus vizinhos, entre o Paquistão, a Índia e o Afeganistão. Por todos os lados, demarcamos o espaço, patrulhamos, instalamos câmeras, pórticos e cercas. As fronteiras, terrestres e marítimas, tornaram-se, ao mesmo tempo, um mercado florescente e uma pergunta lancinante: qual sua função no mundo atual? Ao contrário daqueles para quem o mundo é somente um gigantesco mercado - mundo em que as fronteiras são um obstáculo desnecessário e um custo adicional para a circulação de bens e serviços - Foucher encara o desafio de pensar os impactos sociais, políticos e econômicos das constantes divisões territoriais ocorrendo em nosso tempo. Michel Foucher produziu análises concretas. E por isso seu livro apresenta a rara qualidade de associar visão global a realidades fronteiriças. "O mundo para ser habitável precisa de fronteiras”, afirma Foucher, e para aqueles que não consideram a economia o fim último de tudo, fronteiras são indispensáveis marcadores de identidade, autoconsciência e diversidade. Formato: 14x21cm. 216 pp